Enviado por Corujão diretamente de revista local:
Ao afirmar que “o essencial da vida é a água”, o auxiliar operacional de campo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Sérgio Américo demonstrou uma consciência que a direção da Uenf parece não ter para com os trabalhadores do Núcleo de Pesquisa em Zootecnia e Produção Vegetal na Escola Estadual Agrícola Antônio Sarlo, do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da Uenf, onde os funcionários da universidade estadual, da prefeitura e os terceirizados não têm água potável para beber, muito menos para utilizar em sua higiene pessoal após um árduo dia de trabalho no campo, nas hortas ou cuidando das pocilgas onde a UENF mantém suínos para experimentos.
O problema é grave, já que os trabalhadores estão expostos aos mais variados tipos de doenças, pois, além de não terem água potável para beber, são obrigados a usar, em sua higiene pessoal, a água bombeada diretamente de uma lagoa para uma cisterna e dali para uma enorme caixa d’água que distribui para as torneiras e chuveiros uma água marrom e cheia de detritos, o que pode ser comprovado com as fotos feitas por nossa equipe.
Além da questão da água, os servidores são obrigados a trabalhar em condições consideradas por eles como indignas. Não há refeitório, os funcionários são obrigados a fazer as suas refeições em uma sala imunda e sem mobiliário, ou em um galpão de máquinas agrícolas, sentados sobre latões de produtos químicos. O banheiro é precário e servido pela água da lagoa, e para conservar a água potável que eles trazem de casa, os trabalhadores tiveram que fazer uma “vaquinha” para comprar uma velha geladeira. Para completar a total falta de infra-estrutura, respeito e segurança, os trabalhadores reclamam que, constantemente, sofrem descargas elétricas por indução das redes de Furnas que passam em cima das plantações e pastos da unidade.
O delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro, Oswaldo da Silva, junto a outros trabalhadores denunciam as deficiências de infra-estrutura. A falta de água potável é a maior delas. O problema já dura dois anos e, segundo Oswaldo, a reitoria da Uenf tem conhecimento disso há muito tempo, mas nunca tomou providências. De acordo com os trabalhadores, quando eles ameaçaram realizar uma greve para reivindicar condições de trabalho melhores e mais dignas, foram sumariamente ameaçados pelo chefe do núcleo de ter o ponto cortado.
Ao lado das instalações dos funcionários, o Laboratório de Nutrição Animal, segundo eles afirmam, foi construído em aproximadamente quatro meses. As duas construções são um verdadeiro contraste. Enquanto os trabalhadores não têm sequer um refeitório ou água para beber, a poucos metros dali, o laboratório, onde eles são proibidos de entrar, conta com vários aparelhos de ar condicionado. Mas, para conservar a comida e a água que trazem todo dia de casa, eles foram obrigados a dividir o custo de uma geladeira usada.
Outro grande problema que atinge os trabalhadores da Uenf no Colégio Agrícola é a descarga de energia que eventualmente algum deles sofre. Segundo Oswaldo, em períodos de chuva é comum abrir o guarda-chuva e receber uma pequena descarga.
— Um engenheiro de Furnas informou que os canos de irrigação de metal que os trabalhadores transportam não devem ser carregados nos ombros, para evitar descargas elétricas. Então é sinal de que algum problema existe. Até se achar uma solução para o problema, a Universidade deveria trabalhar aqui só com canos de PVC. O que eu gostaria de saber é qual é o risco que isso traz ao trabalhador que se expõe a isso diretamente. As redes (elétricas) estão muito baixas. Se estourar um fio desses, vai matar um. Pelo o que eu fiquei sabendo são 38 mil volts. Uma das redes está desligada, mas ficamos sabendo que só por indução ela está passando 12 mil volts. Até hoje a Uenf não fez um trabalho explicativo, o que deveria partir da prefeitura do campus para solucionar o problema. Mas, mais uma vez ela prefere minimizar o problema e expor o trabalhador a uma situação de risco, como esse caso. Aqui os animais têm um tratamento mais digno que o ser humano — diz Oswaldo.
Há pouco tempo a Somos publicou reportagem mostrando que o reitor Almy Jr. recebia adicional de insalubridade trabalhando dentro de um escritório com ar-condicionado. Os trabalhadores da Uenf no Colégio Agrícola dizem que guardam exemplares da revista onde foi publicada a matéria e ironizam a situação reclamando que eles são obrigados, por exemplo, a almoçar em uma improvisada e precária mesa de madeira ou em meio às máquinas.
A julgar pelo perigo oferecido à saúde dos funcionários de campo da Uenf, e a indignidade das condições de trabalho oferecidas, esse é um caso que deveria ser olhado bem de perto pelo Ministério Público do Trabalho.
O reitor Almy Jr. foi procurado para explicar a situação, mas sua secretária informou que ele não estava na universidade. O celular do reitor esteve na caixa postal entre às 15h50 e 17h30 de terça-feira.
Fonte: http://somosassim.com.br/?q=materias
Ao afirmar que “o essencial da vida é a água”, o auxiliar operacional de campo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Sérgio Américo demonstrou uma consciência que a direção da Uenf parece não ter para com os trabalhadores do Núcleo de Pesquisa em Zootecnia e Produção Vegetal na Escola Estadual Agrícola Antônio Sarlo, do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) da Uenf, onde os funcionários da universidade estadual, da prefeitura e os terceirizados não têm água potável para beber, muito menos para utilizar em sua higiene pessoal após um árduo dia de trabalho no campo, nas hortas ou cuidando das pocilgas onde a UENF mantém suínos para experimentos.
O problema é grave, já que os trabalhadores estão expostos aos mais variados tipos de doenças, pois, além de não terem água potável para beber, são obrigados a usar, em sua higiene pessoal, a água bombeada diretamente de uma lagoa para uma cisterna e dali para uma enorme caixa d’água que distribui para as torneiras e chuveiros uma água marrom e cheia de detritos, o que pode ser comprovado com as fotos feitas por nossa equipe.
Além da questão da água, os servidores são obrigados a trabalhar em condições consideradas por eles como indignas. Não há refeitório, os funcionários são obrigados a fazer as suas refeições em uma sala imunda e sem mobiliário, ou em um galpão de máquinas agrícolas, sentados sobre latões de produtos químicos. O banheiro é precário e servido pela água da lagoa, e para conservar a água potável que eles trazem de casa, os trabalhadores tiveram que fazer uma “vaquinha” para comprar uma velha geladeira. Para completar a total falta de infra-estrutura, respeito e segurança, os trabalhadores reclamam que, constantemente, sofrem descargas elétricas por indução das redes de Furnas que passam em cima das plantações e pastos da unidade.
O delegado sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro, Oswaldo da Silva, junto a outros trabalhadores denunciam as deficiências de infra-estrutura. A falta de água potável é a maior delas. O problema já dura dois anos e, segundo Oswaldo, a reitoria da Uenf tem conhecimento disso há muito tempo, mas nunca tomou providências. De acordo com os trabalhadores, quando eles ameaçaram realizar uma greve para reivindicar condições de trabalho melhores e mais dignas, foram sumariamente ameaçados pelo chefe do núcleo de ter o ponto cortado.
Ao lado das instalações dos funcionários, o Laboratório de Nutrição Animal, segundo eles afirmam, foi construído em aproximadamente quatro meses. As duas construções são um verdadeiro contraste. Enquanto os trabalhadores não têm sequer um refeitório ou água para beber, a poucos metros dali, o laboratório, onde eles são proibidos de entrar, conta com vários aparelhos de ar condicionado. Mas, para conservar a comida e a água que trazem todo dia de casa, eles foram obrigados a dividir o custo de uma geladeira usada.
Outro grande problema que atinge os trabalhadores da Uenf no Colégio Agrícola é a descarga de energia que eventualmente algum deles sofre. Segundo Oswaldo, em períodos de chuva é comum abrir o guarda-chuva e receber uma pequena descarga.
— Um engenheiro de Furnas informou que os canos de irrigação de metal que os trabalhadores transportam não devem ser carregados nos ombros, para evitar descargas elétricas. Então é sinal de que algum problema existe. Até se achar uma solução para o problema, a Universidade deveria trabalhar aqui só com canos de PVC. O que eu gostaria de saber é qual é o risco que isso traz ao trabalhador que se expõe a isso diretamente. As redes (elétricas) estão muito baixas. Se estourar um fio desses, vai matar um. Pelo o que eu fiquei sabendo são 38 mil volts. Uma das redes está desligada, mas ficamos sabendo que só por indução ela está passando 12 mil volts. Até hoje a Uenf não fez um trabalho explicativo, o que deveria partir da prefeitura do campus para solucionar o problema. Mas, mais uma vez ela prefere minimizar o problema e expor o trabalhador a uma situação de risco, como esse caso. Aqui os animais têm um tratamento mais digno que o ser humano — diz Oswaldo.
Há pouco tempo a Somos publicou reportagem mostrando que o reitor Almy Jr. recebia adicional de insalubridade trabalhando dentro de um escritório com ar-condicionado. Os trabalhadores da Uenf no Colégio Agrícola dizem que guardam exemplares da revista onde foi publicada a matéria e ironizam a situação reclamando que eles são obrigados, por exemplo, a almoçar em uma improvisada e precária mesa de madeira ou em meio às máquinas.
A julgar pelo perigo oferecido à saúde dos funcionários de campo da Uenf, e a indignidade das condições de trabalho oferecidas, esse é um caso que deveria ser olhado bem de perto pelo Ministério Público do Trabalho.
O reitor Almy Jr. foi procurado para explicar a situação, mas sua secretária informou que ele não estava na universidade. O celular do reitor esteve na caixa postal entre às 15h50 e 17h30 de terça-feira.
Fonte: http://somosassim.com.br/?q=materias
Um comentário:
Ministério Público Neles !
Postar um comentário