segunda-feira, 8 de março de 2010

Parabéns mulheres


Da Agência USP de notícias:

Dia Internacional da Mulher: fatos e mitos
O dia 8 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, é constantemente associado a uma proposta da líder comunista alemã Clara Zetkin, feita em 1910, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrido em Copenhague, para lembrar operárias mortas num incêndio que teria ocorrido em Nova York, em 1857. Segundo a socióloga Eva Alterman Blay, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e coordenadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero (Nemge), "o acidente de 1857 não aconteceu" e, durante o Congresso, a líder comu-nista propôs um Dia Internacional da Mulher, porém, sem definir uma data precisa para as comemorações. "O dia 8 de março baseia-se em fatos históricos diferentes daqueles que são freqüentemente repetidos sem uma consulta adequada", afirma.
De acordo com Eva Blay, o incêndio relacionado ao Dia Internacional da Mulher é o que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), uma fábrica têxtil que ocupava o oitavo, o nono e o décimo andar de um prédio. A Triangle empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Fugindo do fogo, parte dos trabalhadores conseguiu alcançar as escadas descendo para a rua ou subindo no telhado. Outros desceram pelo elevador. Mas a fumaça e o fogo se expandiram, e muitos trabalhadores pularam das janelas para a morte. Algumas mulheres morreram nas próprias máquinas. Houve 146 vítimas fatais, sendo 125 mulheres e 21 homens. No funeral coletivo ocorrido dia 05 de abril compareceram cerca de 100 mil pessoas.
No local do incêndio está construída uma parte da Universidade de Nova York, onde consta a inscrição: "Neste lugar, em 25 de março de 1911, 146 trabalhadores perderam suas vidas no incêndio da Companhia de Blusas Triangle. Deste martírio resultaram novos conceitos de responsabilidade social e legislação do trabalho que ajudaram a tornar as condições de trabalho as melhores do mundo."
Segundo Eva Blay, é muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da comemoração do Dia Internacional da Mulher pela luta por elas travada. Mas o processo de instituição de uma data comemorativa já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias há alguns tempo, e foi confirmado com a proposta de Clara Zetkin em 1910.
"O dia 08 de março passou a ser comemorado mais intensamente na década de 60, após o fortalecimento do movimento feminista, quando também passaram a ser discutidos problemas da sexualidade, da liberdade ao corpo, do casamento e dos jovens", relata. Embora não se conheça com precisão por que o dia 8 de março foi escolhido, o fato é que ele se consagrou ao longo do século XX. A consagração do direito de manifestação pública veio com o apoio internacional, em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data como o Dia Internacional da Mulher.
Eva Blay, do Nemge/USP.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais uma invenção da mídia moderna para angariar dinheiro em suas campanhas publicitárias, venda de produtos, etc.
Uma demagogia sem fim. Desde que "inventaram" esse tal dia da mulher até hoje não vi uma propaganda sequer orientando as jovens mulheres quanto ao consumo de drogas, uso de bebidas alcoólicas, como evitar gravidezes precoces e/ou indesejadas, métodos eficazes contraceptivos enfim, algo que tocasse realmente no "coração" das mulheres e as fizesse refletir sobre a vida.
Temos, atualmente, alto índice de mulheres na faixa de 18 a 35 anos dependentes do álcool e das drogas.