segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ranking de Cachaça da PLAYBOY

Para os entendidos, que esperavam impacientes: saíu a classificação com as melhores cachaças do Brasil, divulgada na edição de agosto da revista Playboy.
A novidade é que a cachaça Vale Verde cedeu o 1º lugar para a Anísio Santiago.
A boa notícia é que a rede varejista começa a diminuir o preconceito pela legítima bebida nacional e passa a oferecer marcas de boa qualidade na região.
Vamos a classificação:

1º. Anísio Santiago/Havana (Salinas, MG);
2º. Vale Verde (Betim, MG);
3º. Claudionor (Januária, MG);
4º. Germana (Nova União, MG);
5º. Magnífica (Vassouras, RJ);
6º. Canarinha (Salinas, MG);
7º. Maria Izabel (Paraty, RJ);
8º. Tulha (Mococa, SP);
9º. Casa Bucco (Bento Gonçalves, RS);
10º. Volúpia (Alagoa Grande, PB);
11º. Nega Fulo (Nova Friburgo, RJ);
12º. Armazém Vieira ix (Florianópolis, SC);
13º. Armazém Vieira Tradicional (Florianópolis, SC);
14º. Tabaroa (Bichinho, MG);
15º. Santo Grau (Coronel Xavier, MG);
16º. Sapucaia Velha (Pindamonhangaba, SP);
17º. Weber Haus Reserva Especial (Ivoti, RS);
18º. Dona Beja (Araxá, MG);
19º. Serra Preta (Alagoa Nova, PB);
20º. Rochinha 12 anos (Barra Mansa, RJ).

8 comentários:

Frederico disse...

A Playboy deveria fazer dois rankings. Um de cachaça nova e outra de envelhecida. Isso porque são duas bebidas completamente diferentes. O que a Playboy faz é ranking das melhores cachaças envelhecidas.

O problema é que, para o paladar acostumado com vinhos, whisky e conhaque, a cachaça envelhecida parece melhor por causa do gosto das madeiras. Por isso a cachaça nova fica quase que deixada para segundo plano, como uma bebida que só serve para cocktails e batidas.

Conclusão: não se pode comparar as duas no mesmo ranking, pois são bebidas completamente diferentes. Uma é mais forte e tem aroma e gosto que remetem à cana (nova-branca), a outra é mais suave e tem gosto e aroma de madeira (amarela-envelhecida). Aliás, cachaça envelhecida em bálsamo fica com o gosto e o aroma tão diferentes que nem de longe remetem à cana (na minha opinião, fica muito ruim).

Duique Munhoz disse...

Muito bem, Frederico!
Perfeito seu comentário.
Nós, da Cachaça SANTO GRAU, somos veementes defensores da cachaça tradicional, sem influência de madeira.
Temos, portanto, absoluto orgulho de sermos a única cachaça do ranking sem presença de madeira.
Estar entre as 15 melhores do Brasil já é um orgulho.
O fato da SANTO GRAU estar listada em 15 lugar num ranking formado por um juri que, como vc bem disse, "adora" madeira, como a única cachaça branca/tradicional/sem madeira foi uma prova de qualidade MUITO grande e, por isso, um orgulho ainda maior para nós.
Até porque, num raciocínio lógico, a Santo Grau foi considerada a melhor cachaça sem madeira do Brasil!
Sempre acreditamos que a cachaça feita de forma artesã: histórica, tradicional, paciente, com cuidado do início ao fim do processo de produção, produz uma bebida tão nobre que é um "crime" modificar seu aroma e sabor com madeira.
E ficamos absolutamente honrados por nossa crença, nossa luta e nosso trabalho terem sido reconhecidos no Ranking das amarelas/amadeiradas.
Grande abraço e, mais uma vez, parabéns pelo comentário.
Duique Munhoz
natique@natique.com.br

Carlos Jahara disse...

Caro Duique Munhoz,
Pelo que sei vocês não produzem nada. Apenas compram de terceiros e estandarizam e engarrafam.
É isso mesmo??? Se é como pode controlar a produção do início ao fim do processo??
Fora isso vocês tem dois produtos um de Paraty e outro de Coronel Xavier Chaves em MG o que dificulta ainda mais o controle de qualidade.

Carlos Jahara
carjahara@gmail.com

Frederico disse...

Olha, não quero comprar briga. Quero apenas fazer um comentário.

O Carlos questiona a confiabilidade da Santo Grau. Porém, pelo que eu andei pesquisando, ela é produzida por alambiqueiros de respeito e renome. Portanto, ela é um produto de qualidade comprovada. Por sinal, está bem estampado no rótulo o nome do produtor, o local e a data da safra, o que garantem a transparência que muitas cachaças não possuem.

Agora, o maior atestado de qualidade vem da sua degustação. A Santo Grau é cheirosa e deliciosa. 15º pelo ranking da playboy é pouco para ela, que é muito melhor do que outroas com posições "melhores". Porém, como já coloquei anteriormente, ela está muito bem situada, e isolada, num ranking que lhe é estranho, já que só premia cachaças envelhecidas.

Agradeço ao Duique Munhoz por ter me apresentado essa cachaça maravilhosa.

Carlos Jahara disse...

Sem querer polemizar, apenas para esclarecer.
Você diz que andou pesquisando e que ela é produzida por alambiqueiros de respeito e renome e portanto é um produto de qualidade comprovada.
Onde você pesquisou? POde me passar essas referências.
Porque o Duique não respodeu aos meus questinamentos?
ADORO CACHAÇA quero aprender mais para poder saborear o que há de melhor no mercado Barsileiro!
Abraços e bom trago!

Frederico disse...

Claro que eu posso lhe dar minhas referências. Eu inclusive, quis provar a cachaça antes de postar qualquer coisa, sobretudo para não cometer nenhuma injustiça.

Bem, a Santo Grau de Coronel Xavier é produzida por Rubens Resende Chaves que é, inclusive, descendente de Tirandentes. Ele é produtor da cachaça século XVIII e o seu alambique, segundo o documentário "Rubens Resende Chaves por João Ramalho" (trabalho de conclusão de curso sobre a história da cachaça, disponível no youtube) é o mais antigo em atividade no país. Ele revela todos os segredos da cachaça nesse vídeo em que vemos seu notório saber e sua experiência de vida. Também tem o site da cachaça século XVIII, que vale a pena ser consultado: http://www.cachacaseculoxviii.com.br/

A cachaça de Paraty é produzida por Luiz Maurício Mello, irmão de Eduardo Mello que é produtor da Vamos Nessa, considerada uma das melhores cachaças do Brasil. Ele, por sinal, é considerado o segundo melhor alambiqueiro em atividade do país (o primeiro é o seu irmão, Eduardo Mello). Eu nunca tomei a Vamos Nessa, porque é difícil encontrá-la em São Paulo, mas já tomei a coqueiro e a corisco, ambas de Paraty. A Santo Grau de Paraty, na minha opinião, se mostra uma autêntica representante da cidade, sobretudo pelo sabor acentuado de cana que prevalece e pelo elevado teor alcoólico.

Inclusive, em seu Ranking da cachaça disponível no livro "Cachaça: prazer brasileiro", Marcelo Câmara aponta a Vamos Nessa como a sua segunda cachaça favorita.

Inclusive, tais alambiqueiros, não colocariam seus nomes e o de seus engenhos num produto duvidoso, já que isso colocaria em risco a confiabilidade de suas próprias marcas.

Infelizmente, falta bibliografia sobre o assunto. Eu pesquisei em muitos sites. Foi difícil. A partir dos dados fornecidos no site da Santo Grau, fui buscando informações em outros sites e ligando os pontos. Por exemplo: pela informação de que o engenho se localizava numa fazenda de Amyr Klink, eu fui buscando e descobri que estavam se referindo à fazenda Boa Vista, onde era produzida a cachaça "Quero essa" e hoje é produzida a cachaça Coqueiro, de Eduardo Mello, daí, eu fui pelo parentesco e descobri que os produtores da Coqueiro e da Vamos Nessa são irmãos e que este último também é o produtor da cachaça que leva a marca Santo Grau.

Esse site possui algumas informações: http://masao.wordpress.com/o-mundo-de-maria-izabel/sobre-a-pinga-de-paraty/

Agradeço a você, Carlos Jahara, pela cordialidade. Se você não tivesse feito aquele questionamento inicial, eu não teria tido a curiosidade de pesquisar. Se você encontrar alguma informação adicional, eu ficaria bastante agradecido.

Na dúvida, não deixe de prová-la. Eu, que tenho preferência por cachaças "novas" achei essa fabulosa. Responde, na minha opinião, todos os pré-requisitos sensoriais que uma cachaça de qualidade deve ter.

Veja as referências que eu postei e me diga o que acha. Eu, particularmente, tive um pouco de trabalho, mas valeu a pena.

Inclusive, eu entrei várias vezes nesse blog aguardando alguma resposta que pudesse facilitar a minha vida. Fazer o que, tive trabalho, mas aprendi muitas coisas novas.

Abraço e retribuo o bom trago.

Uenfezado disse...

Estou atualizando o debate para o início do blog!

Anônimo disse...

uma informação sobre a Santo Grau de Paraty: A nova safra de 2009 que esta a venda nos supermercados / empórios em São Paulo não é mais do Luiz Mello (Vamos nessa), mas sim da Coqueiro do Eduardo Mello. Como conheço pessoalmente e sou amigo do ultimo posso confirmar que os dois são irmãos e a Natique (Santo Grau) compra a Coqueiro, engarafa e vende depois sobre o rotulo deles. Mas sugere quem quer provar a maravilhosa Cachaça Coqueiro, que procure nas lojas especilizadas ou faz um passeio para Paraty e compra direito do produtor